Ontem postei um texto do Mário Quintana que achei interessante (http://t.co/QeJ1LYw) sobre preconceito. Assunto que vira e mexe é pauta nos veículos de comunicação. Hoje me deparei com mais uma notícia que mexeu muito comigo. Principalmente porque ela aconteceu em Minas, mais precisamente em Contagem, cidade vizinha a Belo Horizonte.
Na última sexta-feira o time do Vôlei Futuro jogou no ginásio do Riacho, em Contagem, casa do time rival, o Cruzeiro. No meio do jogo o jogador Michael, de 27 anos, foi vítima de uma manifestação de homofobia. O ginásio inteiro gritava ‘bicha’ em alto e bom som.
Em entrevista à Folha, o meio de rede do time disse que encontrou forças para continuar a jogar e não desanimou mesmo estando assustado. Ele disse ainda que ficou chocado pois haviam crianças e idosos e todos gritavam como em um coro. O atleta não se calou. Com apoio do time, incluindo diretoria e colegas, ele concedeu entrevista ao jornal para que situações como essa não se repitam. É lamentável mesmo. Imagine 3 mil pessoas gritando para você, no seu trabalho, algo que possa te constranger. Não é atitude de pessoas civilizadas... lamentável... Abaixo um trecho da entrevista da Folha.
Michael - Fiquei constrangido. Já tinha acontecido antes, com grupos menores. Mas foi a primeira vez que vi um ginásio inteiro gritando em alto e bom som "gay, bicha". Foi por isso que me manifestei. Não tinha feito isso antes porque achava normal.
Achava normal?
Normal não achava, mas eu ia brigar com 50 pessoas? São pessoas ignorantes. Mas, em Contagem, foi pior porque tinha até criança, senhora, muita gente gritando.
Os jogadores te apoiaram?
Somos muito parceiros, até damos risada se algum cara ignorante me xinga. Mas, quando a torcida começou gritar, alguns me perguntaram se eu estava assustado. Eu disse que sim, mas, tudo bem, vamos jogar.
Os xingamentos interferiram no seu rendimento?
Sim, fiquei assustado. Eu tinha que jogar porque, se não jogasse, eu ia ficar derrotado. Tentei levantar a cabeça. Depois que acabou o jogo, fui para o vestiário, e um monte de gente veio atrás. Eu pensei: "Caramba, eu sou um monstro, então."
Não, você não é um monstro. Os outros é que são.
Fonte: Folha Uol
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