ESQUECER NÃO É NORMAL
“O maior erro é achar que todo esquecimento é algo comum da idade.” A frase do geriatra Edgar Nunes de Moraes, coordenador do Centro de Atenção ao Idoso do Hospital das Clínicas da UFMG, é fiel a uma triste realidade. Hoje, ainda se aceita a perda da memória nos mais velhos como algo inevitável, quando não deveria ser. O outro erro é o subdiagnóstico de demências como a doença de Alzheimer. “Os pacientes chegam aos postos de saúde queixando-se de esquecimento, e o médico acha que não é nada.”
Os sintomas da doença de Alzheimer realmente aumentam com o passar dos anos, mas não é algo normal. Segundo o especialista, o esquecimento ocorre em todas as idades, aquele que interfere na vida prática é que não é normal. Esquecer onde guardou as chaves, ficar mais desatento e distraído é comum e pode ocorrer em qualquer idade, apesar de piorar com os anos.
Como saber então se a memória precisa de ajuda? Os familiares devem ficar atentos quando o idoso deixar de fazer algo que era um hábito. “O paciente com Alzheimer esquece que está esquecendo. Quem tem como perceber é a família, mas essa, muitas vezes, também acha que é normal.” O declínio funcional é o sintoma. Nos homens, é comum que se manifeste nas finanças ou na hora de dirigir. Nas mulheres, aparece na cozinha, um dos fatos que a levam a um diagnóstico tardio.
APRENDA A MEMORIZAR
NOMES E FISIONOMIAS
Há duas formas de não passar vergonha. Se você conhece alguém próximo com o mesmo nome imagine essas duas pessoas interagindo. Se a pessoa a qual foi apresentado tem, por exemplo, o nome do seu primo que joga tênis, pense nos dois em uma partida. Colocar detalhes a essas relações é eficiente. No entanto, se não conhece ninguém com o mesmo nome, tente usar um gatilho artificial, criando um objeto com a primeira sílaba do nome. Renato, por exemplo, pode ser um remo. Imagine então que pegou um remo e quebrou na cabeça do Renato. Sempre algo inusitado é melhor. “Reconhecer é lembrar a partir de um estímulo. O simples fato de fazer a relação com o objeto já facilita a memorização.”
LISTA DE SUPERMERCADO
Três são as técnicas para não chegar em casa e ter que voltar ao supermercado, claro, no caso de não ter feito uma lista. O Palácio da Memória, usada desde a Grécia antiga, é uma das mais eficientes. A ideia é ter em mente um lugar, sua casa, por exemplo. Imagine que cada cômodo está infestado com o produto que precisa comprar. O quarto, por exemplo, pode estar com ovos quebrados sobre a cama. “É importante que a imagem seja detalhada. Quando se cria algo inusitado o detalhe vem junto. Os ovos no chão seria trivial, mas sujando sua cama é algo inesquecível.” Outra opção é criar categorias, que funcionam como gatilhos. Guarde a quantidade de itens de cada categoria – carnes, produtos de limpeza, frutas. “Sabendo o número de itens de cada categoria você não sai do supermercado sem lembrar de todos. Só de pensar neles juntos a lembrança vem mais facilmente.” Uma terceira opção é criar uma história criativa, e portanto, mais fácil de lembrar, com os produtos que se precisa comprar, por exemplo: Fui fritar um bife, mas coloquei um ovo na frigideira, só que a panela caiu em cima do sabão e tive que comer tomate.
TELEFONE
Aumentar as maneiras de memorizar é o jeito mais fácil de lembrar o telefone de alguém. Escrever o número já ajuda a lembrar dele mais tarde, assim como repetir em voz alta. Outra dica é imaginar o formato do número com os olhos fechados. “Podemos memorizar um número de várias formas se usarmos estratégias. Não tem como ficar sem repetir, mas não podem ser repetições mecânicas, exaustivas. Uma forma de repetir adequadamente é dar espaços entre as repetições. Repita o número uma vez, espere dois minutos e repita de novo. A memória é como um download, leva um tempo para a informação ser processada.” Outra técnica é memorizar o caminho percorrido pelo dedo no discador.
FÓRMULAS, ARTIGOS DE DIREITO E PALAVRAS ESTRANGEIRAS
Para vestibulandos e concurseiros, elas são temidas, mas também podem ser memorizadas. A técnica mais eficiente são os flash cards. A ideia é pegar cartões de visita, por exemplo, e escrever no verso aquilo que se precisa memorizar. Coloque dez cartões no bolso e vá olhando todos ao longo do dia. “Além de otimizar o tempo, ele usa o recurso da repetição com espaço, que funciona muito bem.” Para a turma dedicada ao estudo, uma técnica boa para lembrar do conteúdo é dar títulos para cada parágrafo lido, o que ajuda a categorizar a informação e consequentemente lembrá-la. “Entender ou não o conteúdo é outra coisa. A memorização existe para ampliar a lembrança.”
INTENÇÕES
Não há gatilhos para lembrar que é preciso passar na farmácia e comprar um pacote de fraldas no fim do dia. Seguindo a lógica de quem troca o relógio de mão, nesse caso é mesmo preciso recorrer a estratégias externa. Se é preciso levar um livro para o trabalho, deixe-o perto da porta. No caso da fralda, coloque o pacote vazio no banco do carro. “É preciso buscar recursos no ambiente para lembrar uma intenção.”
CAMINHOS
Pediu uma informação de como chegar e ficou confuso com tanta direita e esquerda? Converta o caminho em números do relógio e faça uma sequência de números, por exemplo: 931239 (esquerda, direita, siga em frente, direita, esquerda).
SENHA
O importante é criar padrões. Se for senha com letra, como as exigidas por alguns bancos, crie frases com as iniciais. Para senhas numéricas, faça uma frase memorável, e de preferência esquisita, com palavras com o mesmo número de letras da sílaba. Um fantasma caiu à minha frente, por exemplo, pode te fazer lembrar da senha 294166.
ANIVERSÁRIO
Aqui é preciso recorrer às estratégias externas. “Anote na agenda. É muito difícil criar um gatilho para tarefas que envolvem muito tempo.”
Fonte: Caderno Bem Viver – Jornal Estado de Minas 27/02/11
Indicação de leitura da Longevitá Spa e Clínica Ortomolecular (www.clinicalongevita.com.br)
Há duas formas de não passar vergonha. Se você conhece alguém próximo com o mesmo nome imagine essas duas pessoas interagindo. Se a pessoa a qual foi apresentado tem, por exemplo, o nome do seu primo que joga tênis, pense nos dois em uma partida. Colocar detalhes a essas relações é eficiente. No entanto, se não conhece ninguém com o mesmo nome, tente usar um gatilho artificial, criando um objeto com a primeira sílaba do nome. Renato, por exemplo, pode ser um remo. Imagine então que pegou um remo e quebrou na cabeça do Renato. Sempre algo inusitado é melhor. “Reconhecer é lembrar a partir de um estímulo. O simples fato de fazer a relação com o objeto já facilita a memorização.”
LISTA DE SUPERMERCADO
Três são as técnicas para não chegar em casa e ter que voltar ao supermercado, claro, no caso de não ter feito uma lista. O Palácio da Memória, usada desde a Grécia antiga, é uma das mais eficientes. A ideia é ter em mente um lugar, sua casa, por exemplo. Imagine que cada cômodo está infestado com o produto que precisa comprar. O quarto, por exemplo, pode estar com ovos quebrados sobre a cama. “É importante que a imagem seja detalhada. Quando se cria algo inusitado o detalhe vem junto. Os ovos no chão seria trivial, mas sujando sua cama é algo inesquecível.” Outra opção é criar categorias, que funcionam como gatilhos. Guarde a quantidade de itens de cada categoria – carnes, produtos de limpeza, frutas. “Sabendo o número de itens de cada categoria você não sai do supermercado sem lembrar de todos. Só de pensar neles juntos a lembrança vem mais facilmente.” Uma terceira opção é criar uma história criativa, e portanto, mais fácil de lembrar, com os produtos que se precisa comprar, por exemplo: Fui fritar um bife, mas coloquei um ovo na frigideira, só que a panela caiu em cima do sabão e tive que comer tomate.
TELEFONE
Aumentar as maneiras de memorizar é o jeito mais fácil de lembrar o telefone de alguém. Escrever o número já ajuda a lembrar dele mais tarde, assim como repetir em voz alta. Outra dica é imaginar o formato do número com os olhos fechados. “Podemos memorizar um número de várias formas se usarmos estratégias. Não tem como ficar sem repetir, mas não podem ser repetições mecânicas, exaustivas. Uma forma de repetir adequadamente é dar espaços entre as repetições. Repita o número uma vez, espere dois minutos e repita de novo. A memória é como um download, leva um tempo para a informação ser processada.” Outra técnica é memorizar o caminho percorrido pelo dedo no discador.
FÓRMULAS, ARTIGOS DE DIREITO E PALAVRAS ESTRANGEIRAS
Para vestibulandos e concurseiros, elas são temidas, mas também podem ser memorizadas. A técnica mais eficiente são os flash cards. A ideia é pegar cartões de visita, por exemplo, e escrever no verso aquilo que se precisa memorizar. Coloque dez cartões no bolso e vá olhando todos ao longo do dia. “Além de otimizar o tempo, ele usa o recurso da repetição com espaço, que funciona muito bem.” Para a turma dedicada ao estudo, uma técnica boa para lembrar do conteúdo é dar títulos para cada parágrafo lido, o que ajuda a categorizar a informação e consequentemente lembrá-la. “Entender ou não o conteúdo é outra coisa. A memorização existe para ampliar a lembrança.”
INTENÇÕES
Não há gatilhos para lembrar que é preciso passar na farmácia e comprar um pacote de fraldas no fim do dia. Seguindo a lógica de quem troca o relógio de mão, nesse caso é mesmo preciso recorrer a estratégias externa. Se é preciso levar um livro para o trabalho, deixe-o perto da porta. No caso da fralda, coloque o pacote vazio no banco do carro. “É preciso buscar recursos no ambiente para lembrar uma intenção.”
CAMINHOS
Pediu uma informação de como chegar e ficou confuso com tanta direita e esquerda? Converta o caminho em números do relógio e faça uma sequência de números, por exemplo: 931239 (esquerda, direita, siga em frente, direita, esquerda).
SENHA
O importante é criar padrões. Se for senha com letra, como as exigidas por alguns bancos, crie frases com as iniciais. Para senhas numéricas, faça uma frase memorável, e de preferência esquisita, com palavras com o mesmo número de letras da sílaba. Um fantasma caiu à minha frente, por exemplo, pode te fazer lembrar da senha 294166.
ANIVERSÁRIO
Aqui é preciso recorrer às estratégias externas. “Anote na agenda. É muito difícil criar um gatilho para tarefas que envolvem muito tempo.”
Fonte: Caderno Bem Viver – Jornal Estado de Minas 27/02/11
Indicação de leitura da Longevitá Spa e Clínica Ortomolecular (www.clinicalongevita.com.br)
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